quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Relação com dieta



Ontem tive duas conversas sobre dieta e na verdade eu mais ouvi do que falei pelo simples fato de não saber o que dizer. Sempre as pessoas falam: eu não sei fazer dieta não consigo, eu fujo da nutricionista, eu não consigo comer regrado porque meu marido não ajuda, não consigo cozinhar para semana inteira.
Entre outras descobri que após um ano e meio em dieta (as mais variadas possíveis), não sei o que dizer para essas pessoas.


Meus convites e passeios não se baseiam mais em onde eu vou comer depois. Descobri muito outros hobbys que podem substituir a preocupação depois de “onde vamos jantar?”
Não quero dizer que não sinto fome, ainda sinto muita fome hehehe. Mas não faço mais questão de centralizar um determinado restaurante como passeio.
Eu levo ainda hoje lanchinhos para o trabalho, porque onde trabalho não há frutas ou uva passa... coisas que estão na minha dieta! Eu pago nutricionista para me dizer o que comer, porque simplesmente não tenho o dom de inventar pratos mirabolantes na cozinha e talvez nem queira ter. Simplesmente reconheço que não sei o que devo comer e alguém me diz o que devo comer.
Claro que com o passar desse tempo meu cardápio reduziu muito e se for parar para pensar no que como... Bom tenho comido alimento de verdade e sim vou a todos os lugares, mas não posso dizer que como tudo o que quero, porque deixei de fazer essa ação “sair para comer algo”.
Como porque preciso do alimento para viver, mas isso não derruba a qualidade do que como, evito comidas salgadas, industrializadas, até porque depois de tanto tempo comendo regrado, certas comidas me deixam passando mal. E é a última coisa que eu quero é passar mal por ter comido demais, não por culpa, mas foi um dos motivos por eu ter largado a bebida esse passar mal me incomoda, então não vi motivo para continuar.

Hoje certamente tenho algo mais importante, como rir à toa com os amigos perto ou que estão longe, ler um bom livro, passear na praia, apesar de todas essas atividades terem sido reduzidas por força maior, o doutorado.

Mas certamente planejamento do cardápio semanal ou comer qualquer coisa pelo caminho, não é para mim. Supermercado básico, comida simples, rápida, sem muito sal, sem muita gordura, funcional! Tá dando certo, deixa estar!

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Todos sabemos correr

Acabo de me deparar pela primeira vez que a corrida não é um esporte, mas foi feito um esporte dela. Não somos ensinados a correr, aprendemos a correr já quando estamos começando a andar. Nossas pernas são curtas e queremos chegar ao nosso destino mais rápido.
Perceba que o bebê quando corre levanta o joelho e logo firma o pé por inteiro no chão. Nessa idade não conhecemos nada de tecnologia, não sabemos o que é amortecimento entressola, amortecimento em gel, linha de equilíbrio da sola de um tênis, cabedal...

Com o passar dos anos decidimos correr e eis que escolhem um tênis de acordo com nossa pisada, de acordo com nosso tipo de pé, de acordo com o que vamos enfrentar (asfalto, terra, areia) e de acordo com o que podemos pagar ou não.

Ficamos individualistas mesmo todos os seres humanos serem formados por pés, pernas e terem os mesmos músculos, assim entramos em uma assessoria para "aprender a correr". Acredite eu também tive essa visão, talvez uma semana atrás.
Já tive alguns técnicos que passaram pelos meus treinamentos e nenhum me ensinou a correr, assim como nenhum ensinará.
A  verdade é que o ser humano sabe correr e por motivos de falta de condicionamento físico, falta de vontade, sobrecarga, cotidiano apertado e desculpas que ouvimos, não corremos. Mas sim qualquer animal com pernas corre.
Quando a corrida vira esporte é quando decidimos, correr para competir, para percorrer uma distância no menor tempo que conseguimos. Aí nossa diferença de índios que corriam todos os dias e não tinham lesões... Nos tornamos competitivos, temos treinamentos apertados e estressamos nossos músculos indiscriminadamente. Depois de um tempo aparecem as lesões e alguém fala: você não usou determinado produto... Seja ele um suplemento, um tenis da marca predileta de muitos corredores, um gps que pode ditar melhor seu ritmo ou você não contratou a assessoria que faz verdadeiros corredores, mas com valores bem mais altos do que você pode pagar... 
Fonte: corracomigo.com


Sim isso tudo aconteceu comigo e percebo que tem acontecido com muitos e ai nos ferramos? Nãooo. É que precisamos entender que corrida é um ato como falar e respirar, que precisamos unicamente ter condições físicas para exercê-la, músculos, articulações, tendões e se livrar do excesso de peso.
Entender ainda que corrida e marcha são duas ações diferentes. Corrida é uma sequência de pulos, se é uma sequência de pulos, não usamos o calcanhar e sim precisamos de uma panturrilha fortalecida. 
Então, por que quando compramos um tênis que alguém recomendou que é ótimo para o nosso estilo de pé, depois de termos feitos vários testes de pisada e o amortecimento é garantido, por que sentimos dores? Porque competimos, porque abusamos em exercer alta performance e se estivermos fazendo de forma errada, pioramos ainda mais nosso estado... E daí vem a lesão por estresse.
Isso tem 3 décadas de discussão e é comprovado hoje, quando calçamos um tênis, mudamos nossa corrida. Estamos fadados a confiar em toda a tecnologia que é nos oferecida em troca de conforto e menos lesões.
E conversando com alguns fisioterapeutas, lendo alguns artigos e blogs:
www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18424485
www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16195994

Vejo que não há evidência na tecnologia que se prescreve para a corrida, mas o que chamamos de técnica de corrida nada mais é do que a ação que nascemos aprendendo, o que nos cabe é aplicar aos nossos treinos,ter condicionamento para ir mais longe e paciência para adquirir velocidade e treino, saber o que te faz mal e o que não faz diferença (sim porque o que não faz diferença deve ser eliminado, incluindo sua orientação cara recebida).


A maneira mais fácil de alcançar a técnica de corrida em tantos anos de indústria de tênis, é descalço. Sendo impraticável em cidades grandes com pessoas que a vida toda usaram sapatos, mas é sim um comparável impressionante. 
Como você corre descalço, sempre será sua maneira natural 
de correr, ainda que seja com seu tênis, minimalista, semi minimalista, drop acima de 0.8mm com ou sem o amortecimento x,y,z. Apenas se sabe que para atingir a sua forma natural de corrida é necessário o pé mais livre possível para a extensão e flexão de dedos, fortalecimento de músculos na corrida e principalmente para manter a angulação correta da articulação talocalcânea.
(fonte:http://www.unomaha.edu/biomech/pdf/Effects%20of%20varying.pdf, tem um outro que compara que quem corre com pé descalço não apresenta desvio nessa articulação)




Se ainda sim se as dificuldades com a corrida existirem e as dores continuarem cada vez mais insuportáveis, acredite, o problema não foi com seu tênis de mil reais, ele apenas pode estar dificultando sua corrida, mas sim você ainda pode fazer valer a pena e tentar copiar sua passada descalça com ele.
É hora de pedir ajuda de alguém que entende como um bom fisioterapeuta. 
Eu realmente entendo que durante tantos anos calçados, pedir para correr descalço  seja quase como pedir para doar um rim, então tente, mas tente no duro onde seu pé costuma correr, não na grama, ou areia.
Do mais meus amigos, sim todos sabemos e podemos correr.